Sunday, May 13, 2007

AO AMOR QUE EU NÃO VIVI



NALDOVELHO

Acordar sonolento,
tua perna sobre a minha
e uma tênue luz invasora
a revelar-nos despertos.
Luz do sol, enxerida,
a bisbilhotar nossas vidas.
Manhã cedo de domingo,
preguiçosos confessos.

Queria que a semana
fosse repleta de domingos,
que não houvesse segundas-feiras.
É bom que aqui estejas, por inteira,
aninhada e tão perto.
Já são quase dez horas
e ontem à noite, eu confesso:
fiquei rindo a toa,
já faz tanto tempo.

Melhor fazer um café,
o mês é frio de outono,
já não existe abandono,
já não existem esperas
e embora passados muitos anos,
teu cheiro ainda impera.

Lembra daquele poema
e da eternidade que ele revela?
Pois é! Ainda escuto a mesma música,
Michel Legrand ao piano
e Barbara Streisand ainda questiona:
What are you doing the rest of your life?
Melhor permanecer em meus sonhos.

1 comment:

Anonymous said...

Essa...é fora de série!
Beleza pura...
Valeu poeta!
Abraçus,
Otto