NALDOVELHO
Há dias em que a poesia,
como água, escorre entre os dedos
e em silêncio recusa os enredos,
gasturas que a vida nos traz.
Dias de calmaria,
nascidos na indiferença dos tolos,
alimentados pela inutilidade das horas,
plenos de nem sei bem o porquê?
Há dias em que o coração
desgastado pela dança do tempo,
sussurra frases vazias
e já nem quer saber até quando.
Dias de recolhimento e clausura,
por achar que depois daquela porta
as pessoas anestesiadas não percebem
a dor que lhes fustiga a alma.
Há dias que acontecem nublados,
ausência de chuva ou de vento,
onde até o sol vai-se embora
antes do entardecer.
Dias e noites vazias
e o coração do poeta nem se importa,
já não quer saber até quando,
ou se amanhã o sol vai nascer.
Há dias... melhor esquecê-los!
Dias que, na verdade, não contam!
Estiagem estranha de um louco
que de repente recusa o sonho.
Há dias em que a poesia,
como água, inunda o poeta,
que mesmo contra sua vontade,
sobrevive... só não sei até quando,
só não sei bem o porquê!
2 comments:
Bonito poeta...
Gotei!
Otto
Digo, gostei!
Aliás, gostei muito!!!
Abraçussss
Otto
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