NALDOVELHO
Por aqui: vento frio, chuva insistente,
dias de inverno, meados de julho,
escassos os versos que teimam encravados
e uma vontade imensa de te ver.
A lágrima persiste no canto do olho,
para ser mais exato, o esquerdo,
acho que por saudade, que por teimosia, só faz crescer.
Por conta disso: aperto no peito, coração afrontado,
olhar meio nublado e nem faz muito tempo
eu prometi a mim mesmo que iria te esquecer.
O maldito do cigarro continua entre os dedos,
exorciza meus medos, traz paz aparente,
mantém coisas latentes, chegadas e partidas, dor de não poder.
Os dias que passam são sempre nublados,
ainda que o sol de as caras e tente secar o molhado,
lá dentro eu temo que continue a chover.
Querias notícias? São as mesmas de antes.
Não importa que doa e que digam o contrário,
ainda estás nos guardados e nada que eu tente consegue
mudar meu bem querer.
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