Sunday, March 18, 2007
VERSOS ENLOUQUECIDOS
Arte: MATÓ - Turbulência em Vermelho
NALDOVELHO
Não quero o verbo amarelado
em versos de mel encharcados,
prefiro os de vinho tinto,
rascantes e embriagados,
por madrugadas insones,
ruas de uma cidade deserta,
ou então os sujos de sangue,
ardidos e amarrotados.
Não quero o verbo perfeito
em versos bem lapidados,
prefiro os cheios de arestas
que incomodem minhas entranhas,
inquietude bendita, já faz tantos anos,
farpas, cacos de vidro,
espinhos espetados, doídos,
que eu macero e transformo em poemas.
Não quero flores perfumes
pássaros enamorados, queixumes,
prefiro versos enlouquecidos,
Bill Evans num piano perverso
e garrafa inteira de absinto,
pois das suas garras, eu ainda me lembro!
deixaram cicatrizes medalhas,
volta e meia costumam sangrar.
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1 comment:
É INCRIVÉL MEU POETA COMO VC SABE LER AS OBRAS,ESCOLHEU LOGO A MAIS ADATA A TUA BELA POESIA COMO POR EXEMPLO:"farpas, cacos de vidro,
espinhos espetados, doídos,
que eu macero e transformo em poemas."VC É CAPAZ SEMPRE DE ENCHERGAR COM A SUA SUTILEZA E A SUA MAESTRIA EM FATO DE ARTE BEM APURADA!COMO SEUS VERSOS,VC É UMA FONTE DE ENERGIA VITAL MEU QUERIDO!
AGRADEÇO MAIS UMA VEZ POR TRADUZIR EM POESIA UMA MINHA OBRA!BEIJOS NO SEU CORAÇÃO! SE CUIDE MEU AMIGO,EU FIZ UMA BRONCOPNEUMONIA
20 ANOS ATRAS,FOI TERRIVÉL,15 DIAS DE HOSPITAL,A FEBRE NÃO PASSAVA,POIS COM CALMA SAREI!MUITA SORTE E BEIJOS,MATÓ
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