NALDOVELHO
Fio, pavio, chama...
Velas acesas espalhadas pelo quarto.
Roupas amarrotadas amontoadas num canto.
Na mesa de cabeceira o retrato dela.
Na cômoda, perto da janela,
a imagem do um santo:
São Sebastião do Rio de Janeiro.
Em volta do pescoço, cordão e crucifixo
e um olhar perdido, voltado para a janela,
percebe sombras, ruas, noites, esperas.
Um perfume suave toma conta do ambiente.
Uma vitrola antiga toca um disco da Gal.
Baby! Te amo, te amo, te amo.
O tecido esgarçado, apesar de cerzido,
mostra uma história com muitos desencantos.
Dor de ferida que corrói as entranhas.
Uma nostalgia estranha toma conta das horas
e as velas permanecem acesas.
Muitas sombras passeiam pelo quarto.
Estranho ritual!
Saudade, nostalgia, desencanto,
tudo regado à aguardente...
Gal ainda canta: Força Estranha!
Estranho ritual.
Fio, pavio, chama...
Velas acesas incendeiam o quarto.
1 comment:
QUERIDO POETA NALDO,
SALVE, SALVE!!!
AMEI ESSE POEMA, LINDAS COLOCACOES!!!
ME FEZ SENTIR O CLIMA DO LUGAR ... A NOSTALGIA, OS DESENCONTROS DA VIDA, OS SENTIMENTOS, A ESPERANCA NESSE RITUAL...A FE'!!!
LINDO E TRISTE.
PARABENS POETA,ESTA DIVINO!
BEIJINHOS, JOANA
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