Wednesday, August 01, 2007

O QUE EU DEFENDO



NALDOVELHO

Defendo mãos dadas ao nascer do dia,
abraço apertado por conta de chegadas,
brisa quente e macia ao cair da tarde,
sorriso de criança acariciando o coração.

Noites tranqüilas, cantigas que sobrevivam,
amores aconchegados, amantes descarados,
com muito beijo na boca e de preferência sem roupa!
Lua cheia e abusada a instigar o poeta
e versos sem rima a desentranhar emoções.

Defendo mesa farta, ternura nos olhos
e o carinho do amigo promovido a irmão.
Janelas escancaradas, estradas tranqüilas,
respeito às fronteiras: com sua licença Abdul,
seja bem vindo Jacob, dá cá um abraço meu irmão!
Um copo de vinho e um pedaço de pão.

Defendo a verdade na palavra empenhada,
a compreensão como moeda de troca,
a caridade como solução derradeira:
uma vara, o anzol, e a isca,
e na beira do rio te ensinei a pescar.

Defendo a família consagrada e unida,
a palavra de Deus se bem compreendida,
o branco, o negro, o amarelo, o mestiço,
sêmen, suor, sangue novo e sagrado,
o mistério da Sua Carne reside no amor.

Defendo a palavra e seus significados,
e as diferentes escolhas, ainda que equivocadas,
os erros assumidos, a chance de repará-los,
o aprendizado, por certo, na multiplicidade de vidas,
Muitas são as moradas, e a Misericórdia é um fato,
pois somos todos os filhos da Sua imensa Luz.

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