Wednesday, November 28, 2007

O POUCO QUE NOS RESTOU



NALDOVELHO

Pétalas pálidas, descoradas, descontentes,
folhas desnutridas, desmaiadas, sem vida.
Espinhos ressecados, ainda ferem o inocente.
Um jardim tão mal cuidado,
o jardineiro se fez ausente;
ervas daninhas dominam o ambiente...
O amor que tu me tinhas, hoje é morto, se acabou.
Casa assobradada, janelas e portas trancadas,
um velho balanço, enferrujado, range os dentes.
Nada que eu faça ou tente, resgata o meu passado,
memórias reticentes; foi o pouco que restou.
Velho casarão, abandonado no passado,
rua arborizada que o tempo preservou.
Nas esquinas conversa miúda, sem eira nem beira,
já não somos os mesmos, muito pouco nos restou

No comments: