NALDOVELHO
Viciado em colher madrugadas,
em veneno de lua cheia e exibida,
em cantigas que questionem a vida,
em beira de mar em noite de maré cheia,
em gotas de orvalho injetadas nas veias.
Viciado em colher poesia,
por ruas, ruelas, becos estranhos,
quartos sombrios, camas vadias,
por colos, perdi a conta de quantos,
só lembro das vezes em que o meu corpo sangrou.
Viciado em colher nostalgia,
em beber da mais pura aguardente,
em chorinhos viscerais e profanos,
em boleros que sejam cubanos,
não canso de dizer que sou assim!
Viciado em dizer que te amo!
e que ainda hoje depois de tantos anos,
ainda escrevo poemas pra você!
Ainda sofro desta maldita insônia,
saudade doída que não me deixa esquecer.
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