Sunday, December 02, 2007

ATÉ BREVE



NALDOVELHO

Palavras perversas, inquietas, repletas,
de muita ousadia, rebeladas e incertas,
contrárias aos versos oprimem o poema,
quedam-se em silêncio ao rejeitar a dor
que a nostalgia que eu tenho é capaz de ofertar.
Negam a saudade e transformam o poeta
num viajante em busca de outras paisagens,
estiagem que a vida nos traz.
Palavras perversas, indiferentes, vazias,
abortam a poesia, sufocam a emoção
que lágrimas discretas teimam em mostrar.
E no rosto, um sorriso amargo e impreciso,
acossa e o que resta jaz em silêncio.
Securas que a vida nos traz...
Melhor então fechar as cortinas
e um aviso na porta: o poeta resolveu viajar.
Não se sabe bem pra onde e nem quando vai voltar.
Melhor então dizer até breve!
Navegar sozinho, é preciso,
até reencontrar um norte
e restabelecer em mim o juízo.
Desencontros que a vida impõe...

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