NALDOVELHO
É preciso abrir a cortina, quero luz em seu rosto.
Belas palavras descrevem o seu corpo,
muitas palavras escondem meus medos,
pois são seus os meus segredos, meu cheiro, meus gostos.
É preciso abrir a janela do quarto.
Quero a brisa suave que embriaga a tarde,
quero cheiro de terra, de chuva, de flores.
Belas palavras constroem um poema,
muitas palavras definem o que eu sinto,
coisas sagradas preciosamente guardadas.
Eu preciso ofertar-lhe um cálice de vinho,
tipo suave, licoroso e branco.
Muitas palavras, ditas, sussurradas,
promessas veladas, quanta esperança!
É preciso que haja silêncio no quarto.
Quem sabe uma música melhore o ambiente
e faça você dormir aconchegada em meus braços?
Quem sabe você não precise partir?
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